A chacina da Candelária | ARQUIVOS DO PASSADO
Alerta de Gatilho: Conteúdo Sensível
Esta matéria aborda temas que causam desconforto emocional, incluindo homicídio. Não indicada para leitores sensíveis e menores de 18 anos.
Ocorrido em 1993, o evento marcou a cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Essa história envolveu um tiroteio que teve como cenário a Igreja da Candelária, localizada no centro da cidade.
| Escrito por Leticia Vitória de Melo Torres
Tudo começou na noite de 23 de julho de 1993, quando cerca de sete policiais militares invadiram a igreja e abriram fogo contra um grupo de crianças e adolescentes, moradores de rua, que estavam dormindo nas escadarias da igreja. O motivo para o ataque foi uma tentativa de “limpar” as ruas da região central do Rio de Janeiro, muitos viviam em condições precárias e se envolviam em atividades criminosas para sobreviver.
Três meninos foram mortos no tiroteio: Marcus Vinícius, de 14 anos; Anderson de Oliveira, de 13 anos; e Paulo José da Silva, de 11 anos. Outros oito jovens ficaram feridos no ataque. O massacre chocou o país e gerou uma reação da sociedade e da mídia.
O caso teve uma ampla cobertura jornalística, e a pressão pública resultou na prisão e julgamento dos policiais envolvidos. Cinco deles foram condenados por homicídio.
O caso do ônibus 174 foi uma consequência desse dia. Sandro Barbosa do Nascimento encontrou moradia nas ruas do centro do Rio de Janeiro, mais especificamente na região da Candelária, em frente à igreja. Ele enfrentou um processo de socialização violento, caindo no abismo das drogas, envolvendo-se em furtos de carteiras e tornando-se um morador de rua. Sua rotina era marcada pela brutalidade, desde a perda de amigos e colegas de rua em assassinatos até a exposição à violência sexual, tanto como vítima quanto como espectador.
Em 1993, ele se viu no meio da chacina da Candelária. Nesse crime, perpetrado por policiais, das oito vidas que foram ceifadas, incluíam amigos próximos de Sandro. Ele presenciou a morte de alguns deles, uma situação que provocou sua revolta pelo sistema.
Esse evento também levou a um debate mais amplo sobre a situação dos menores de rua no Brasil, destacando as mudanças na abordagem do governo em relação a esse problema.
A chacina da Candelária serviu para denunciar a brutalidade policial. A tragédia mostrou a necessidade de uma sociedade atenta às condições das crianças em situação de vulnerabilidade.
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